IAE Realiza Palestra Sobre Metodologia Científica


Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (09/11) no site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), destacando a palestra sobre Metodologia Científica proferida nesta última sexta-feira (06/11) a bolsistas, orientadores, visitantes e servidores pelo diretor do instituto, coronel Pantoja.

Duda Falcão

Comunidade Científica do IAE Compartilha Conhecimentos em Palestra

09/11/2009

O auditório da direção do IAE, na Praça das Bandeiras, foi palco da palestra proferida pelo diretor do instituto, coronel Pantoja, sobre Metodologia Científica. Nesta última sexta-feira, dia 06, bolsistas, orientadores, visitantes e servidores puderam refletir sobre o que é Ciência e o seu papel junto à comunidade científica do instituto.

O diretor explica que esta é uma oportunidade interessante de reflexão para o IAE, como uma instituição representativa da área de Ciência e Tecnologia. Ele lembra que sempre haverá descobertas interessantes quando da colaboração de diferentes visões para o desenvolvimento de um trabalho. “Apenas o fato de ensinar não apresenta o mesmo resultado quando o trabalho é integrado à produção do conhecimento”, enfatiza.

A ciência e suas várias atividades precisam de vários olhares e, por isso, seu principal aspecto é o questionamento. E nesse processo, é importante compartilhar experiências e lembrar da importante relação entre orientador e orientando, para que o projeto de pesquisa funcione, e da união entre o entusiasmo dos jovens cientistas e a experiência da organização para que se atinja a construção de um saber científico.

Durante a palestra, o diretor do instituto orientou os bolsistas a problematizar a pesquisa em um bom plano de trabalho que servirá de documentação para o objetivo final, que é a produção do conhecimento. Também, “o relatório de pesquisa representará a contribuição de um grupo para a produção do conhecimento científico e sua disseminação, algo que é essencial nesse processo”, explica.

O processo de pesquisa apresenta algumas dificuldades e o uso de certas metodologias auxilia nesse trabalho. “É importante, para quem está iniciando, seguir a padrões para que os resultados possam ser verificáveis. Uma banca experiente auxiliará nessa orientação e na busca de uma garantia da veracidade científica”, alerta.

Uma demonstração científica precisa ser comprovada e usar-se apenas da percepção não garante a produção do conhecimento em bases concretas. Para se desligar dessa percepção, é necessário utilizar-se de fatos, tratando a questão mais objetivamente, e de conceitos que darão maior solidez às idéias escolhidas para organizá-las.

Até mesmo as crenças podem interferir nesse processo. A ciência mescla os sentidos humanos e, ao mesmo tempo, segue a um raciocínio lógico. Para conciliar as duas coisas, o doutor Luis Eduardo Vergueiro Loures, da Divisão de Sistemas Espaciais, dá a dica. Ele, como um católico praticante, concilia a religião e a ciência como duas áreas não excludentes. “É possível conciliar racionalmente a crença religiosa e a ciência, trabalhando-se cada situação no momento em que se está vivendo”, comenta.

A maneira pessoal de expressar a própria visão é um exercício fundamental para a busca do novo em um projeto de pesquisa. “Cada indivíduo deve dar a sua contribuição. Das várias perspectivas é que se reúnem as idéias para se chegar a uma conclusão satisfatória”, explica o diretor do Instituto.

O professor da UNITAU, Evandro Luis Nohara foi em busca do novo e hoje aplica suas conquistas em uma parceira entre o IAE e a UNITAU, beneficiando os alunos-bolsistas com a oportunidade para desenvolver uma série de inovações tecnológicas.

Ao realizar o doutorado na Rússia e receber a orientação quanto a aspectos importantes do uso da nanotecnologia no projeto de Materiais Absorvedores de Radiação Eletromagnética (MARE), resolveu dar continuidade aos conhecimentos adquiridos em um projeto em parceria com a Divisão de Materiais (AMR), que perdura há dez anos e cujos resultados já estão em processo de patenteamento. O apoio de instituições como o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) e as parcerias com os órgãos financiadores como a FAPESP, a FINEP e o CNPq foram fundamentais para a garantia de resultados nesse processo.

Os alunos de Engenharia Aeronáutica da UNITAU, Ângelo Inácio e Leandro Felipe Olivo, selecionados por Evandro para desenvolver pesquisas na área, já chegam a resultados significativos no final da bolsa adquirida em parceria com o IAE. Ângelo desenvolveu um material composto para um polímero específico com fibra de vidro e, Leandro, uma interface entre compósitos de fibra de carbono e o polímero PEEK, de alto desempenho de uso aeronáutico. Inovações tecnológicas que surgem a partir da busca pela inovação.

Os jovens estudantes devem prosseguir na área científica através do mestrado que pretendem realizar, fruto do incentivo à pesquisa e de iniciativas como esta realizada pelo diretor do instituto. “Já havia assistido ao diretor no Congresso do ENIC e isso me ajudou muito no trabalho que desenvolvi e que devo entregar em dezembro”, comenta Leandro. Para Ângelo, essa foi uma oportunidade de agregar conhecimento de um assunto que dificilmente é passado pelas universidades.

O professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UNITAU, que é responsável pela seleção dos alunos para a bolsa PIBIC-IAE, ficou impressionado com o trabalho proposto pelo instituto. “É excelente o diretor vir a falar diretamente com os alunos. Algo realmente excepcional que leva a benefícios que não se podem medir”, comenta.

O IAE realiza-se como uma instituição Científica e Tecnológica incentivando a pesquisa e o desenvolvimento de novos projetos: quer seja na área de química, como o trabalho desenvolvido pelo aluno de Engenharia da USP-Lorena Tiago Siqueira Tavares sobre envelhecimento de propelentes sólidos compósitos; na área de materiais, como o trabalho de seu colega Thiago Ramos Fidêncio, sobre um novo compósito de alumínio a ser patenteado; ou ainda, na área de Ciências Atmosféricas, como a pesquisa desenvolvida por Talita Santana de Barros, da USP-Guará, sobre a identificação das causas de chuva na região de Alcântara, representando um universo de possibilidades.

É importante refletir como se está trabalhando o conhecimento científico e de como se está perpetuando esse saber. Quando se oferece a oportunidade de reflexão entre todos os envolvidos e se viabiliza o trabalho em um ambiente criativo, pode-se esperar a construção de resultados satisfatórios para a comunidade científica. É de trabalhos assim que o Brasil precisa.



Fonte: Site do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE)

Comentário: Sempre tive uma boa impressão sobre o Cel.-Eng. Francisco Carlos Melo Pantoja, diretor do IAE, que me parece ser uma pessoa muito centrada e que sabe buscar seus objetivos dentro que é possível se fazer na área pública. Além disso, ele tem demonstrado ser um entusiasta do programa VLS e um dos seus mais ferrenhos defensores.

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